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A Polícia Federal (PF) afirmou, em relatório, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria desviado cerca de R$ 25 milhões em joias e presentes. O documento fundamentou o indiciamento do ex-mandatário. Bolsonaro foi indiciado no caso das joias junto com outras 11 pessoas.

A PF afirma que os elementos de provas da investigação apontam que houve “uma associação criminosa voltada para a prática de desvio de presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-presidente e/ou por comitivas do governo brasileiro, que estavam atuando em seu nome, em viagens internacionais”.

Os presentes supostamente desviados eram entregues por autoridades estrangeiras e, depois, vendidos no exterior. A Polícia Federal diz que os valores das vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e integrados ao patrimônio pessoal de Bolsonaro, sem utilização do sistema bancário formal, “com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”.

Segundo a PF, as investigações trazem indícios de que “os proventos obtidos por meio da venda ilícita das joias desviadas do acervo público brasileiro” retornaram para o patrimônio de Bolsonaro por meio de lavagem de dinheiro enquanto ele estava nos Estados Unidos após perder as eleições.

“A utilização de dinheiro em espécie para pagamento de despesas cotidianas é uma das formas mais usuais para reintegrar o ‘dinheiro sujo’ à economia formal, com aparência lícita”, disse a PF.

Bolsonaro é suspeito dos crimes de associação criminosa (com previsão de pena de reclusão de 1 a 3 anos), lavagem de dinheiro (3 a 10 anos) e peculato/apropriação de bem público (2 a 12 anos).

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