PMDB vai esperar, mais uma vez, Iris decidir se é candidato
11 julho 2016 às 17h20

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Partido remarcou para sexta-feira (15) “mega manifestação” para pedir que o decano reflua da decisão de aposentadoria política

Mais uma vez, o PMDB escolhe ficar nas mãos de Iris Rezende. Mesmo após divulgar carta à sociedade na qual anuncia desistência da vida pública, o ex-governador dá sinais de que sua aposentadoria não vai durar muito tempo. Aliás, nem sequer duas semanas.
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Isso porque os presidentes dos diretório metropolitano e estadual do partido, deputados Bruno Peixoto e Daniel Vilela, avisaram, em entrevista nesta segunda-feira (11/7), que o decano peemedebista pode mudar de ideia e refluir na decisão de disputar a prefeitura de Goiânia em 2016.
Como anunciado com exclusividade pelo Jornal Opção na última semana, um grupo de aliados (inclusive de outros partidos, como o senador democrata Ronaldo Caiado) prepara um movimento que exigirá que Iris aceite ser o candidato do PMDB ao Paço Municipal. Uma espécie de #VoltaIris 2016, ou até uma variação: #FicaIris — ambos puderam ser ouvidos na sede do partido na capital ainda nesta manhã.
O ato está marcado para a próxima sexta-feira (15), quando a legenda espera ter um posicionamento final de Iris.
“Entendemos que ele tem a possibilidade de atender ao chamado do partido, nós vamos lá convocá-lo. Goiânia precisa de Iris Rezende”, explicou Bruno Peixoto. Para Daniel Vilela, a candidatura de Iris é competitiva e é um desejo dos goianienses: “Vamos trabalhar com a hipótese da candidatura de Iris; não dando certo, construiremos uma competititiva.”
Apesar de oficialmente ter deixado a vida pública, nos bastidores, Iris está bem ativo. O jornal apurou que, por meio de seus fieis seguidores, o ex-prefeito não dá sinais de que desistiu de disputar a prefeitura. Justamente por isso, Daniel Vilela e Bruno Peixoto estão extremamente cuidadosos ao falar sobre o pré-candidato do PMDB.
Ambos deixaram claro, durante as entrevistas, que, caso Iris não volte atrás, aí sim o partido irá escolher outro nome: são três pré-candidatos, o próprio Bruno, Agenor Mariano e José Nelto. Este é o menos cotado.
Refém?
Questionado se a indefinição de Iris não torna o PMDB, novamente, refém dos desmandos do ex-governador, Daniel Vilela diz que é uma “questão circunstancial”. “Temos outros pré-candidatos, sabemos da força do partido em Goiânia, agora, percebemos que existe desejo da população em ter um prefeito com o perfil de Iris”, argumenta.
Para ele, não é que o PMDB esteja “preso” a Iris, mas, sim, do que a sociedade busca no novo prefeito. “Não dá para tomar decisão no calor da surpresa, é preciso ouvir, discutir, para, com lucidez, tomar decisões. A maioria do partido quer tentar convencê-lo a refluir”, completa.
No que diz respeito à falta de tempo para construir uma nova candidatura, caso o ex-prefeito cumpra sua palavra, o presidente metropolitano afirma que há um “exército de pré-candidatos, simpatizantes e filiados”. Sendo assim, mesmo que após o dia 15 de julho, haverá tempo hábil para mostrar “a digital do PMDB na capital”.
O deputado federal concorda com o correligionário: “Se tivéssemos uma decisão de forma mais antecipada, seria mais fácil, mas não é o caso. Entendemos que o processo em Goiânia está zerado após a desistência de Iris. Sem contar na atual conjuntura nacional, que impede as pessoas de pensar em eleição municipal.”
Dá pra acreditar?
Interlocutores peemedebistas disseram ao Jornal Opção que temem que a população não veja com bons olhos uma eventual volta de Iris à disputa. Qual credibilidade teria o político que, mesmo após divulgar carta à sociedade dizendo que cumpriu seu papel na vida pública, decide refluir da decisão e ser candidato?
Há de se lembrar que essa não é a primeira vez que Iris Rezende afirma que não disputará uma eleição, mas acaba “ungido” pelo partido para disputá-la. Em 2010 e 2014, embora negue e diga que foi quase que “obrigado” a assumir a candidatura, Henrique Meirelles e Júnior Friboi foram tolhidos quando tentaram disputar o governo de Goiás.