Polícias de Goiás investigam uso de casas de festa e lojas de construção por facções para lavar dinheiro

05 junho 2024 às 10h43

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O pronunciamento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que relatou interesse do Primeiro Comando da Capital (PCC) em adquirir postos de combustível no estado paulista, berço da facção, trouxe à tona as formas ousadas das organizações criminosas para lavar dinheiro oriundo de atividades ilegais. Em Goiás, há o monitoramento das forças de segurança pública e do próprio setor na aquisição de postos de combustível e usinas por parte de criminosos.
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Entretanto, empresas de produção e de compra e venda de combustíveis não são os únicos “alvos” do crime organizado. Em Goiás, já foram identificadas lojas de materiais de construção, distribuidoras de bebidas e até espaços para eventos usados como fachada para lavar dinheiro em cidades do Entorno do Distrito Federal, como Luziânia.
“É utilizada essa lavagem por meio de empresas que têm movimentação grande de dinheiro, como postos de combustíveis. Aqui na minha região, o que estão utilizando muito, são salões e casas de festas. Eles fazem uma mansão com churrasqueira, piscina e, para não ficar com um imóvel de altíssimo padrão parado em um bairro simples, eles colocam placas de aluguel para festa”, explicou o delegado de Polícia Civil (PC), Rony Loureiro.
O delegado, no entanto, diz que mesmo tendo membros e esquemas para a lavagem de dinheiro em Goiás, o estado não possui áreas dominadas por organizações e facções, como observado em São Paulo e Rio de Janeiro, estados cujo crime é predominantemente praticado pelo PCC e Comando Vermelho (CV), entre outras facções e milícias.
O fato se deve à atuação atenta a informações de pessoas ou núcleos de facções que tentam se instalar no estado. Havendo ainda contastes ações conjuntas entre as forças de segurança estaduais, como a PC e a Polícia Militar (PM), além da Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
“Não podemos bater o martelo e falar que é algo institucionalizado, porque não tem áreas dominadas pela facção em Goiás”, concluiu o delegado.