Prefeito de Bonfinópolis deve ser ouvido no Senado após denúncia de cobrança de propina no MEC
25 março 2022 às 11h26

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Kelton Pinheiro foi incluído pelo senador Vanderlan Cardoso no requerimento para esclarecer o caso
Após denunciar que pastor teria pedido R$ 15 mil em troca de liberação de recursos para investimentos em educação, o prefeito de Bonfinópolis, localizada a 28 km de Goiânia, foi incluído pelo senador Vanderlan Cardoso (PSD) na lista de nomes ouvidos pela Comissão de Educação do Senado Federal. A princípio, o requerimento de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) incluía prefeitos maranhenses e o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Márcio Lopes, mas o prefeito do município goiano acabou completando os nomes após o pedido de Vanderlan.
O ministro da educação, Milton Ribeiro, também deve ser ouvido. A oitiva está marcada para a próxima quinta-feira, 31, dois dias depois de uma visita a ser realizada em Jataí e Catalão. Por aqui, Milton tem agenda para cumprir ao lado do próprio Vanderlan, para tratar da distribuição de recursos para construção de prédios de medicina nas universidades federais locais.
Além disso, o ministro também será investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelo suposto envolvimento na liberação de recursos com a participação de dois pastores. Na última quarta-feira, 23, o procurador-geral da República, Augusto Aras, já havia pedido a abertura do inquérito, após publicação de áudio gravado em reunião entre o Ministro e prefeitos que buscavam o favorecimento. Nesta quinta, 24, então, a ministra Cármen Lúcia autorizou a abertura do inquérito de investigação. A dupla de pastores também aparece como alvo do inquérito.
Em nota, Milton Ribeiro declarou não oferecer nenhum favorecimento na distribuição de verbas da pasta. De acordo com a defesa, publicada após a divulgação do áudio, a alocação de recursos federais segue a legislação orçamentária. “Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”, declarou.
O presidente Jair Bolsonaro também se manifestou sobre o caso e saiu em defesa do ministro da educação, em live realizada nessa quinta, 24. “[Sobre] o Milton, coisa rara eu falar aqui: eu boto minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele”, afirmou.
Segundo o presidente, se o ministro tivesse intenção de fazer algo ilegal, não teria incluído as reuniões em agenda oficial. “É muito simples: quando o cara quer armar, ele vai pelado na piscina, num fim de mundo, na beira da praia. Ele não bota o nome do corruptor na agenda”, comentou o presidente.