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Responsável pela assistência social de Aparecida esteve em feira que comercializa produtos agropecuários

O novo prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano (Patriota), e a secretária municipal de Assistência Social Mayara Mendanha deixaram de cumprir expediente na cidade administrativa nesta quinta-feira 7, para prestigiarem ato político de Gustavo Mendanha (Patriota), ex-chefe do executivo aparecidense e pré-candidato ao Governo de Goiás, em Rio Verde. Os dois estiveram na Feira de Tecnologia em Agronegócio TecnoShow Comigo ao lado de outros políticos como o ex-governador e atual deputado federal Alcides Rodrigues (Patriota), que é base eleitoral de Mendanha.

Mayara tem salário de R$ 12.948,73 para gerir a assistência social aos cerca de 27% dos aparecidenses que vivem em situação de extrema pobreza, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Vilmar, de R$ 22.120,00 para administrar uma cidade cuja a maior fonte do Produto Interno Bruto (PIB) é proveniente do setor de serviços, perfazendo 72% da renda do município; seguida pelo setor industrial, responsável por quase 28% da receita, segundo o Instituto Mauro Borges (IMB). Apesar da pouca representatividade do setor agropecuário na economia, que conforme o IMB é de 0,2%, o prefeito e a titular da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) deixaram a cidade para estar em uma feira que comercializa máquinas e equipamentos agropecuários, plots agrícolas e animais das mais variadas espécies.

Mayara, inclusive, é a ex-primeira-dama da cidade, casada com Gustavo Mendanha. Apesar das críticas, desde 2017 ela ocupa o cargo de secretária e tem acompanhado o pré-candidato ao Governo de Goiás nas agendas políticas do patriota, a exemplo desta quinta-feira, onde esteve ao lado do governadoriável em Rio Verde. Ela não foi exonerada junto com os seis secretários do primeiro escalão do centro administrativo que deixaram o posto antes da renúncia do cônjuge e, inclusive, deve seguir na gestão do prefeito Vilmarz Mariano, segundo tem dito o próprio.

Na pasta, ela deve cumprir 180 horas mensais (40 horas semanais) e não precisa bater ponto. A alegação é de que, se trata de uma função de chefia. De acordo com o vice-presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB Goiás, Leon Safatle, não há problemas jurídicos na presença de Mayara no primeiro escalão do governo, desde que a ex-primeira-dama e secretária de Assistência Social não use o cargo para beneficiar o marido.

“Não há vedação à permanência da ex-primeira-dama no cargo. No entanto, o esposo é pré-candidato e ela não pode utilizar da estrutura da secretaria e dos programas sociais do poder público para promover e capitalizar politicamente o marido, durante a pré-campanha ou durante a campanha propriamente dita. Se beneficiá-lo eleitoralmente, pode configurar abuso de poder político pelo ex-prefeito e conduta vedada eleitoralmente pela secretária, ambas puníveis com cassação dos direitos políticos”, explica.