Sob acusações de desvios, secretária diz que não se “brinca” com alimentação de criança
23 junho 2015 às 16h56

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Neyde Aparecida anunciou criação de uma comissão especial pela Prefeitura de Goiânia para averiguar denúncias sobre a merenda escolar

A secretária municipal de Educação e Esporte, Neyde Aparecida, anunciou, na tarde desta terça-feira (23/6), a instauração de uma comissão especial pela Prefeitura de Goiânia para averiguar denúncias de desvios na merenda escolar de Goiânia. O grupo terá o prazo de 30 dias para esclarecer as acusações feitas pelos vereadores de oposição Elias Vaz (PSB) e Djalma Araújo.
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Alvo das acusações, a secretária ocupará o cargo de presidente da comissão, que também é formada pelo procurador-geral do município, Carlos de Freitas, controlador-geral do município, Edilberto Dias, e pelo secretário municipal de Administração, Valdi Camárcio.
Como mostrado com exclusividade pelo Jornal Opção Online no último mês, há forte indícios de que a prefeitura estaria comprando alimentos, mas que estes não estariam chegando, de fato, às escolas. De acordo com dossiê apresentado por Elias Vaz, há uma discrepância “enorme” entre o relatório global que foi entregue pela SME e os relatórios apresentados pelas escolas.
Em entrevista à imprensa, a secretária afirmou que qualquer irregularidade averiguada pela comissão será prontamente sanada e os envolvidos responsabilizados. “Não se brinca com alimentação de criança”, frisou. “Não haverá complacência”, acrescentou o procurador-geral do município, que acompanhava Neyde Aparecida durante entrevista.
A titular alegou também que, diferentemente do que foi apresentado pelos vereadores, denúncias envolvendo a merenda escolar por parte de diretores das unidades educacionais jamais chegaram até à Ouvidoria do município. “O que temos são reclamações pontuais sobre demora na distribuição dos alimentos, mas todas são prontamente resolvidas”, argumentou.
Conforme adiantado pelo Jornal Opção Online, Neyde Aparecida confirmou o afastamento do diretor do Departamento de Alimentação Educacional (Dale) da SME, Wesley Batista, e de outros funcionários da pasta. Até o fim dos trabalhos da comissão, a própria secretária irá responder pelo setor.
Dossiê
De acordo com o vereador Elias Vaz, ao perceber a investigação, a Secretaria Municipal de Educação informou que havia repassado informações erradas sobre os relatórios específicos de fornecimento para cada escola, o que colocaria em descrédito o dossiê apresentado pelo legislador.
“Os novos relatórios enviados pela Secretaria conferem agora com os documentos enviados pelas escolas, mas são incompatíveis com o relatório geral que a prefeitura me enviou inicialmente”, explicou Elias Vaz.
Os documentos elencados pelos parlamentares mostram dados preliminares de novembro de 2014 a abril deste ano, quando pelo menos 190 mil quilos de carne teriam sido comprados pela secretaria — comandada por Neyde Aparecida (PT) –, mas não chegaram às escolas da rede municipal.