Detento recebe voz de prisão após oferecer propina de R$ 20 mil a policial penal, em Aparecida de Goiânia

23 novembro 2023 às 18h30

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Um detento da Casa de Prisão Provisória, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, é suspeito de oferecer propina para um policial penal. O custodiado teria oferecido R$ 20 mil para trabalhar em uma empresa instalada dentro da unidade prisional. O policial penal deu voz de prisão e o homem foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil.
O supervisor de segurança da 1ª Coordenação Regional Prisional da Diretoria-geral de Administração Penitenciária, Pedro Carvalho, explicou que a tentativa de suborno ocorreu durante a condução do apenado para uma visita assistida. “Ele estava sendo levado pelo policial penal, quando ofereceu o dinheiro para ter acesso a uma vaga de trabalho”, conta.
Preso provisoriamente com base no artigo 158 do Código Penal (extorsão mediante sequestro), o homem de 25 anos está na CPP desde agosto de 2022. Com a ‘nova’ prisão pelo caso da propina, além de piorar sua nota de comportamento, ele pode ficar impedido de trabalhar nas empresas instaladas na unidade e até na limpeza e manutenção da prisão.
O preso ainda pode ser condenado após inquérito policial e decisão de um magistrado.
Carvalho explica ainda que para trabalhar dentro das unidades prisionais é necessário cumprir uma série de requisitos. Os interessados são avaliados com base no comportamento, e custodiados acusados de oferecer suborno não atende ao requisito.
O trabalho dentro da unidade prisional, além de gerar a remição da pena, conforme a Lei de Execução Penal- a cada três dias de trabalho é diminuído um dia da pena-, recebem um salário de R$ 909 pelas atividades laborais. Além disso, o apenado fica em um alojamento distante dos outros detentos, chamado de Módulo de Respeito da CPP.
A DGAP tem hoje 441 presos que trabalham de maneira renumerada dentro do Complexo Prisional de Aparecida.
Propina POG
No dia 8 de novembro, um outro caso de tentativa de suborno ocorreu no Complexo. Mas, desta vez, na Penitenciária Coronel Odenir Guimarães. O detento pretendia ter acesso a um papel da droga sintética conhecido como K4 (supermaconha). Para isso, ele pretendia pagar o valor de R$ 50 mil.
O flagrante aconteceu enquanto um dos policiais organizava a retirada dos presos, que estavam no banho de sol, para o atendimento jurídico na POG. O detento envolvido questionou o policial se o aparelho de Bodyscan estava funcionando normalmente. O preso não foi respondido e insistiu com a oferta do dinheiro (em troca de acesso à droga).
Em ambos os casos, foram dadas voz de prisão em flagrante e realizada a condução dos detentos à Delegacia de Polícia Civil. Também houve abertura de procedimentos administrativos internos para a apuração dos fatos e aplicações das sanções disciplinares aos detentos, conforme determina a LEP.
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