Previsto para 2024, conheça o novo polo aeronáutico de Aparecida de Goiânia

17 outubro 2023 às 17h15

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A Indústria Aeroespacial Brasileira destaca-se internacionalmente como uma das mais avançadas do mundo. A presença da Embraer, a terceira maior fabricante global de aeronaves, detém 90% do mercado de aeronaves, abrangendo aviões, helicópteros, jatos de defesa aérea, drones e outros. Em 2023, a expectativa de faturamento da Embraer é estimada entre US$ 5,2 bilhões e US$ 5,7 bilhões.
O epicentro industrial aeronáutico do país é em São Paulo, responsável por mais de 100 instalações e 73% das unidades produzidas, conforme dados da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB). Contudo, Goiás, se destaca como o terceiro maior polo de manutenção de aeronaves no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag).
Nesse sentido, o Antares Polo Aeronáutico, que fica na Avenida Santana, próximo à BR-153, pretende ser, conforme os responsáveis, um novo polo aeroespacial com foco na aviação executiva, que engloba o transporte de cargas. Com previsão para iniciar suas operações até o final de 2024, o empreendedor do espaço, Marcos Bernardo, deu mais detalhes do projeto em entrevista ao Jornal Opção.
“O Antares nasceu para ser um aeródromo privado para a aviação geral e executiva de Goiás. Já é um projeto em desenvolvimento há 10 anos, com a aprovação do Plano Diretor de Aparecida, aprovamos também incentivos fiscais junto à Câmara. No atual momento estamos em obra de terraplanagem e de galerias”, detalhou Marcos, que disse ter percebido, nos últimos anos, que havia “uma demanda de cargas crescente em todo o Brasil e no mundo”.
O empreendimento, liderado por empresas privadas de Goiás, vai ocupar uma área de 209 hectares, com investimentos iniciais na ordem de R$ 100 milhões.
O Antares deverá contar com espaços para empresas de aviação, abrangendo desde a fabricação de peças e acessórios até a montagem de aeronaves. Comercializando áreas a partir de 1.000 m², ajustáveis conforme as necessidades das empresas, o polo quer atrair diversos segmentos, incluindo táxi aéreo, serviços aeromédicos, manutenção de aeronaves, cargas aéreas e outros negócios correlatos.
“A previsão de entrega das obras é em janeiro de 2025, dezembro de 2024. Então, nesse período nós vamos entregar para quem comprou os hangares possam construir seus galpões. A gente vai entregar a pista com a taxiway e também o terminal, toda a infraestrutura para que os operadores possam fazer a sua construção. O Antares, diferentemente do Santa Genoveva, que é um aeroporto público que funciona com o regime de concessão, é um aeroporto privado. Então, você vai poder comprar o terreno ou fazer uma locação para táxi aéreo, de hangaragem, de manutenção”, destacou.
Impactos
Além dos terrenos para empresas, o Antares contará com um aeroporto privado com uma pista de pouso com 1.980 metros de extensão e largura superior a 45 metros, viabilizando a operação de aeronaves de grande porte, como o Boeing 737-800.
A infraestrutura incluirá áreas de embarque e desembarque, 72 lotes prontos para instalação de hangares e serviços relacionados à aviação, com cabeamento em fibra ótica, pavimentação asfáltica e redes de água, esgoto e elétrica.
“Goiás hoje é um estado que tem um potencial logístico enorme, mas infelizmente a maior parte das operações logísticas são rodoviárias. Temos poucas opções aéreas ainda, a maior parte dessa operação aérea é feita para aviação executiva. Então, a nossa ideia é que nós possamos atender essa aviação executiva de Goiás e também inserir nesse mercado de carga, que hoje é bem explorado por Viracopos, Guarulhos, um pouco Galeão e Confins. Então, hoje Goiás não tem nenhum aeroporto referência em cargas”, ressaltou Marcos Bernardo.
Nesse primeiro momento, o empreendedor explicou que a ideia não é investir em um aeroporto comercial, isto é, de transporte de passageiros, já consolidado pelo Aeroporto Santa Genoveva.
Outra questão abordada por Marcos Bernardo é a instalação de uma unidade dos Correios em Anápolis, especializada em tratamento de remessas internacionais. Para ele, o Antares pode impactar diretamente no despacho dessas mercadorias.
“O Antares pode ser uma opção também para receber essas cargas aéreas. O Correios tem uma parceria muito interessante com o Grupo Alibaba [dono do Aliexpress] para o transporte de compras vindas da China. Talvez seja o primeiro projeto de parceria estratégica entre Aparecida e Anápolis para trazer um grande âncora para Goiás. Hoje, a maior parte das cargas são feitas em barrigas de de aluguel, que são as barrigas dos aviões de aviação comercial. Mas, existe uma tendência de pra criação de empresas de logística aérea por conta própria”, afirmou.
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