“Relacionamentos foram sempre profissionais”, diz advogado da Euroamérica
31 agosto 2015 às 15h42

COMPARTILHAR
Walmir Cunha concedeu entrevista após depoimento de seu cliente, Juan Angel Zamora Pedreño. Para ele, empresa espanhola não se beneficiou com contratação de servidores

O advogado do grupo espanhol Euroamérica, Walmir Cunha, negou que a empresa tenha se beneficiado com a contratação de dois servidores da extinta Seplam para a execução três projetos arquitetônicos e urbanísticos na capital.
[relacionadas artigos=”44245,44249,43317,44248″]
“No primeiro momento, foi contratado o arquiteto [pessoa física] Adriano Theodoro. Depois, a empresa. Os relacionamentos foram sempre em nível profissional e comercial com ele. Portanto, não nos causa estranheza, pois não é proibido pela legislação”, disse, em entrevista à imprensa nesta segunda-feira (31), após depoimento de seu cliente, Juan Angel Zamora Pedreño.
Cunha refere-se a Adriano Theodoro Dias Vreeswijk , atualmente fiscal de edificação da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh). Eles são sócios-proprietários da Athrio Arquitetura, é o condomínio residencial Europark, no Setor Park Lozandes, próximo ao Paço Municipal, região em que ficou proibido o adensamento vertical a partir do Plano Diretor de 2007. A construção foi iniciada no primeiro semestre de 2012. Se concluída, a obra vai contar com nove torres e 1069 apartamentos. Apenas uma torre está de pé.
Aos vereadores, Pedreño disse não ter conhecimentos que os dois eram servidores públicos do município na época da contratação. O empresário ficou sabendo dias antes de viajar com Adriano a Nova York, nos Estados Unidos, em 2009
Presidente da CEI, Elias Vaz (PSB) considera estranho o fato de Pedreño não saber que Adriano Theodoro Dias Vreeswijk e Jonas Henrique Lobo Guimarães, sócios-proprietários da Athrio Arquitetura, eram servidores da prefeitura época. Ambos continuam lotados como fiscais de edificação da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh). “É muito difícil acreditar que eles não conheciam os dois. Pois o que eles assinaram não são projetos quaisquer, um tem investimento de R$ 800 milhões. O que se tentou foi desqualificar os quadros da secretaria.”
Processos regulares
Para o advogado, há regularidade formal dos processos da Europark abertos durante a gestão irista. “Não se tratam de pastas vazias. Existiam projetos arquitetônicos básicos iniciais protocolados tempestivamente.”
Inclusive as pranchas representativas das obras foram removidas da juntada de documentos para análise da prefeitura. Porém, não foram devolvidos posteriormente, o que é questionado pela comissão. “Se nos autos existem despachos e laudo de vistoria em que menciona-se a existência de pranchas de projeto é porque existe sim o projeto arquitetônico quando do protocolo.”
Ainda segundo a defesa, é evidente que a lei complementar 204 não poderia ser taxativa. “Somente para amostragem, pois havia falhas por se tratar de levantamento meramente manual e não eletrônico. O posicionamento foi reiterado em audiência pública aqui na Câmara com a presença de analistas da secretaria na época.”
O regimento limitava a 131 o número o número de processos em andamento que poderiam complementar documentação ausente.