Saiba como o PCC fatura 1 bilhão de reais e quais são seus negócios no Brasil e no exterior

12 junho 2024 às 13h14

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Ao contrário do que a mídia brasileira alardeia, o Primeiro Comando da Capital não é mais uma mera facção. O PCC se tornou uma máfia internacional, com faturamento de 1 bilhão de reais por ano. O leitor leu bem: por ano. Sabe-se que a organização criminosa atua firme a partir do Porto de Santos… mas não só. Conta com redes de apoio no Paraguai e Bolívia, por exemplo.
O PCC se tornou uma máfia global e já mantém parceria com o clã Saric, da Sérvia, e com a máfia ‘Ndrangheta, ancorada na Calábria, na Itália. Fala-se também em ramificações na Espanha e, até, nos Estados Unidos. O grupo criminoso, quando se trata de drogas, está se tornando incontornável. Ele se tornou referência pelo profissionalismo e, também, pela violência. Seus adversários são assassinados, de maneira implacável. Já tentou matar, por exemplo, o promotor de justiça Lincoln Gakiya, do Gaeco de São Paulo.
Estima-se, de acordo com reportagem especial dos jornalistas Aline Ribeiro, Hyndara Freitas e Rafael Garcia, de “O Globo”, que o PCC já conta com mais de mil representantes no exterior — em vários países. Não há um Estado do Brasil em que a máfia patropi não tenha células atuantes. O PCC é dominante, chega e, em pouco tempo, se torna o mandachuva.
Com mais de 30 anos no mercado do crime, o PCC é expert no tráfico internacional de drogas, notadamente de cocaína (mas também outras). O lucro da máfia tropiniquim — aliás, global — deriva, em cerca de 80%, do comércio de drogas.
Confira como foi a fundação do PCC
A fundação do PCC se deu, na Casa de Custódio de Taubaté, o Piranhão, em 31 de agosto de 1993. Segundo “O Globo”, o discurso da incipiente quadrilha era, então, “combater a opressão no sistema prisional e evitar novos massacres, como o do Carandiru”, que ocorre em 1992.
Mizael Aparecido da Silva criou o primeiro estatuto do PCC. Mas outros criminosos participaram da criação da máfia mais poderosa do Brasil: Idemir Carlos Ambrósio (Sombra, primeiro chefão do PCC), César Augusto Roriz da Silva (Cesinha) e José Márcio Felício (Geleião). O último criou a sigla PCC.
Marcola não participou da fundação do PCC, mas se tornou seu principal líder. Dizem que se trata de um criminoso inteligente, meticuloso e articulado. Tipo um Michael Corleone do mundo real. Ele está preso há vários anos, em prisão de segurança máxima, mas continua mandando, ao menos em parte, no grupo criminoso, hoje uma holding do crime.
O PCC acumula tanto dinheiro que, depois de algum tempo, precisou lavá-lo, assim como faz as máfias na Itália (fortes na construção civil e no ramo imobiliário). O Primeiro Comando da Capital tem mais de 1500 postos de gasolina no Brasil, empresas que revendem bebidas, salões de festa e até concessionárias de automóveis de luxo.