Seduce muda de sede e deixa 200 alunos sem saber onde vão estudar
16 janeiro 2019 às 12h03

COMPARTILHAR
Estudantes do IEG reclamam que serão prejudicados com a transferência e questionam a falta de aviso

A superintende de Educação, Fátima Gavioli, da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), disse, em entrevista coletiva, na manhã desta quarta-feira, 16, que a sede da pasta sairá do Setor Oeste e passará a atender no Instituto de Educação de Goiás (IEG), no Setor Universitário.
Com o início das aulas previsto para segunda-feira, 21, os estudantes do IEG ainda não sabem para onde serão remanejados com a transferência da sede para o espaço onde estudavam até 2018. “Nós recebemos essa notícia ontem e muitos de nós nem sabemos onde vamos estudar”, conta Cristina, que está no 3º ano do Ensino Médio.
Segundo a estudante, a mudança para outra escola irá ser pior em muitos aspectos, mas destaca o transporte. “Eu moro em Senador Canedo, estudar aqui era melhor, porque o ônibus para na porta”, relata ao ressaltar que não gostou da decisão. “Temos uma escola com estrutura ótima, bons professores e não fomos consultados, recebemos essa notícia ontem”, detalha.
De acordo com Gavioli, não foi possível avisar os professores formalmente, devido ao recesso e, por se tratar de uma decisão administrativa, não teria como fazer uma convocação. Sobre os pais e responsáveis pelos alunos, a secretária afirma que eles receberão um informativo.
Gavioli ainda elucida que esses estudantes serão remanejados para escolas próximas ao IEG. “Esperamos que a população compreenda que não estamos saindo do prédio da Seduce porque queremos, mas porque não temos mais dinheiro para pagar o aluguel, essa é a realidade”, explica.
Sob a prerrogativa de que quer organizar a casa, a secretária afirma que tomou essa decisão para economizar os gastos com a Educação e direcionar para outras necessidades da pasta. Segundo ela, com a desobrigação de pagar o aluguel do espaço que fica no Setor Oeste, o Estado economizará R$ 500 mil por mês.
A mudança deve ocorrer nos próximos 60 dias e impactará no início das aulas da educação pública estadual, marcado para daqui cinco dias. Gavioli informa, também, que os professores serão modulados para escolas com mesmo nível do IEG, que tem 90 anos de tradição no Estado de Goiás.
A superintendente garante que a qualidade do ensino não será afetada com a transferência da administração para o instituto, que comporta 202 alunos atualmente. “Não deixarei as crianças sem aula, toda decisão implica em uma revolução lá na ponta, as pessoas estão pensando em seu próprio benefício e eu estou pensando no âmbito estadual”, pontua.