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Relembre fatos que marcaram a área e a opinião dos deputados Major Araújo, Eduardo Prado e Adriana Accorsi

Balanço dos 100 dias da gestão de Ronaldo Caiado na área da Segurança Pública_Jornal Opção
Foto: Divulgação

Lívia Barbosa e Felipe Cardoso

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O governador Ronaldo Caiado (DEM) divulga nesta quarta-feira, 10, o balanço dos primeiros 100 dias de sua gestão à frente do governo de Goiás. Na área da Segurança Pública, os números apresentados nesses três primeiros meses mostram uma redução na criminalidade em diversas modalidades, assim como o aumento da produtividade das forças policiais.

O governador, acompanhado do secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, reuniu a imprensa diversas vezes neste período para apresentar resultados alcançados em operações, divulgar balanços e realizar entregas de viaturas. No entanto, algumas questões como déficit de policiais, não pagamento de promoções e salários atrasados são apontados como fatores negativos na área.

Extinção da 3ª classe

Com o fim da chamada 3ª classe, os agentes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, agente e escrivão da Polícia Civil, de assistente de Gestão Prisional e de agente de Segurança Prisional, da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária, incluídos nessa classe foram automaticamente transferidos para a  2ª Classe.

A extinção da terceira classe foi um compromisso de campanha do governador Ronaldo Caiado. Após a  aprovação da lei, os soldados que recebiam a remuneração inicial de R$2.126,07 passaram a receber R$5.766,64. De acordo com o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, o impacto é de cerca de $11 milhões por ano.

Tributação de horas extras

A medida que visava tributar, cobrando INSS, as horas-extras de servidores de Goiás, entre eles os policiais militares, foi duramente criticada pela forças policiais e ganhou coro de parlamentares. Após muitas críticas, o governo recuou e engavetou a ideia.

Vale lembrar que na área da Segurança Pública, devido ao baixo efetivo, a realização de horas extras, conhecida como AC4, é comum e são parte importante do salário dos policiais.

Recursos Federais

Com bom trânsito em Brasília, o governador Ronaldo Caiado aposta na proximidade com o presidente Jair Bolsonaro para atrair investimentos e recursos para Goiás. Em um encontro com o ministro Sérgio Moro, Caiado relatou o quão difícil é para os gestores garantir o fundo penitenciário, que, na sua visão, tem um processo árduo na intenção de dificultar repasses. O governador afirmou em várias ocasiões que trabalha para facilitar a chegada de recursos federais ao Estado.

100 dias

Para fazer um balanço sobre a atuação do governador na Segurança nesses 100 dias, o Jornal Opção ouviu três parlamentares ligados às forças policiais: Major Araújo, delegado Eduardo Prado e delegada Adriana Accorsi. Confira a radiografia realizada pelos deputados goianos:

Deputado Major Araújo

A minha avaliação é que não mudou nada, não existe novidade, talvez só a motivação dos cerca de 3.500 homens que foram contemplados com o fim da terceira classe. É inegável que isso mexeu com a motivação deles. Mas o efetivo continua defasado, tem muita gente se aposentando até pelo receio da reforma da Previdência.

Também não houve avanço em relação ao pagamento dos salários atrasados de dezembro e no geral a política de Segurança Pública continua a mesma do governo passado. Houveram ações isoladas dos comandantes no sentido de buscar parte do efetivo que estava na Alego, tribunais e assistências para compor efetivo, mas ele é irrisório em relação ao déficit.

Agora também estamos enfrentando um grande problema que são os policiais da reserva que atuam nas escolas militares e atingiram o limite previsto em lei. Com o retorno desses profissionais à reserva esse “buraco” precisará ser coberto pelo pessoal da ativa. Ou seja, vai diminuir ainda mais o efetivo.

Não estamos vendo investimentos, pelo contrário existe uma economia. Temos equipamentos que tem prazo de validade, como coletes, que precisam ser repostos. Outro problema são os policiais promovidos ano passado e que até hoje não receberam a atualização salarial. A questão da hora-extra que sofreu cortes e depois fomos informados que os valores foram restituídos. Isso mostra que as reclamações são diversas.

A situação não mudou muito, o governo segue com a política do improviso. São inúmeros problemas crônicos que seguem sendo improvisados, mas faltam ações de governo. só vemos ações pontuais das tropas. A realização de um concurso sim seria um avanço, mas o secretário de Segurança já me sinalizou que não será feito este ano. Com isso, a investigação está prejudicada, precisamos repor delegados e agentes.

Essa situação irá se agravar já que nosso vizinho, o DF irá fazer concurso e com isso perderemos mais efetivo porque muitos homens deixam Goiás por conta das vantagens oferecidas lá. Dessa maneira, perdemos parte do efetivo e o investimento realizado para formar essa mão-de-obra qualificada que opta em trabalhar em um Estado que paga melhor.

Deputado Eduardo Prado

Tivemos um avanço positivo em relação aos números da criminalidade, a criação da regional de Trindade também é um grande avanço, além da extinção da terceira classe nas forças policiais. Isso gerou uma motivação nas tropas e era uma expectativa muito grande em relação à promessa de campanha do Caiado, que honrou esse compromisso. Em relação ao mês de dezembro o pleito continua e os profissionais estão aguardando.

Os índices diminuíram e iniciamos uma tratativa com o governo federal para que possamos trazer mais recursos para Goiás. Esses recursos serão destinados inclusive para a criação de grupos especializados na Polícia Civil e para construir um complexo de todas as especializadas em um só lugar. O governador Caiado também está me ajudando a buscar recursos federais para construir uma base para o GT3, nós já temos o terreno que foi doado pela Prefeitura quando eu era vereador.

Também estamos lutando pela realização de mais um concurso para agentes e escrivães e para o sistema prisional, estou pleiteando isso junto ao governo estadual e o Caiado, sensível aos nossos pleitos, afirmou que vai pedir um estudo técnico para ver a viabilidade do atendimento a essa situação emergencial.

Por tudo isso, avalio de forma positiva os 100 dias na Segurança Pública. Temos um secretário experiente e que está demonstrando um bom trabalho. Os efetivos tanto da Polícia Civil quanto da Polícia Militar estão elogiando o trabalho dele. E é só olhar os números que é possível ver avanços.  

Deputada Adriana Accorsi

É um governo que ainda não iniciou realmente e que tem se dedicado a colocar questões sobre a gestão passada. O atual governador passou toda a campanha falando que o estado estava um caos e que ele iria entrar para dar um rumo e consertar essa situação, o que não aconteceu ainda. E quem está pagando por isso é a população que necessita dos serviços básicos essenciais. O governo não começou, não tem programa algum que traga benefícios para a população sendo anunciado ou colocado em prática. E o governo federal segue da mesma forma. As coisas estão paradas e a população sem esperança das coisas melhorarem.

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