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Criada em 1893 pelas irmãs norte-americanas Patty e Mildred Hill, a música Happy Birthday to you (Parabéns para você) circulou o mundo e se tornou uma das canções mais famosas do planeta, sendo cantada em diferentes línguas do globo. No Brasil, a música é comumente usada interligadamente com trechos da canção de mesmo nome da celebridade das crianças na década de 80 e 90, Maria da Graça Meneghel, também conhecida como Xuxa.

Contudo, a simples música de aniversário ainda poderia ser uma das mais lucrativas da história se não fosse por uma batalha judicial no ano de 2016. Isso porque a editora Warner/Chappell adquiriu os direitos da música na década de 1930 e manteve a propriedade intelectual por mais 80 anos, o que teria gerado uma renda anual de royalties no valor estimado em USD$ 2 milhões, ou cerca de R$ 11 milhões na moeda brasileira.

Tudo começou quando a documentarista Jennifer Nelson decidiu fazer um filme acerca da canção, apenas para ser informada que teria de pagar USD$ 1.500,00, ou aproximadamente R$ 8.500, para usar a música na produção. Inconformada, Nelson judicializou o caso alegando que a peça estaria no domínio público devido a quantidade de tempo que teria passado desde a primeira patente da canção nos arquivos nacionais e pela morte das cantoras.

Em 2016, juízes federais dos Estados Unidos da América (EUA) acolheram a defesa de Jennifer e deferiram por derrubar o copyright (direito autoral) da editora norte-americana. Desde então, uma das canções mais famosas do século pode ser usada em peças teatrais, filmes, séries e podcasts sem a necessidade de taxas corporativas. 

Tanto no Brasil como nos EUA, o tempo que precisa transcorrer para uma patente protegida por direito autoral ser reconhecida como domínio público é de 70. A Lei dos Direitos Autorais, de nº 9.610/98, reconhece o início do período de transição na data da morte do criador do material, por este período, empresas detentoras dos direitos podem lucrar com royalties e vender o copyright para outras empresas.

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No ramo da música, principalmente nos EUA, é comum que gravadoras remasterizem as canções como método de exercer o direito sobre a propriedade intelectual que então cria um novo direito da gravação. Além disso, é usual que empresas renovem os direitos muito além do comum ou do permitido sem intervenção legal.